Pai Joaquim de Aruanda – “Culpado”

Pai Joaquim de Aruanda – “Culpado”

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CULPA
– Ação negligente ou imprudente ou danosa a outrem. (Mini Dicionário Aurélio –
3a. Edição)
Sempre
que algo acontece que “prejudique” a um ser humano ele imagina que exista
alguém que tenha “culpa” por aquilo ter ocorrido e, ao identificar tal agente,
lhe impinge a denominação de “culpado”. Entretanto, a Doutrina Espiritualista
Universal contempla que a Quinta Verdade Universal afirma que Deus é o
“causador” de todas as coisas. Portanto, toda vez que um ser humano procurar um
“culpado”, se progredir na sua análise, encontrará Deus.

Isto
é o que acontece diariamente. Os seres humanos condenam outros, mas no fundo
estão condenando a Deus pelos acontecimentos da sua vida. Quando acontece uma
fatalidade, a primeira pergunta daquele que passa pela situação é: “Por que
Deus?” Esta forma de proceder faz parte do instinto que todo espírito tem de
que Deus é a “Causa Primária das coisas”.

Sempre
que alguém pratica algum ato físico, este ato é comandado por Deus. Para que
Deus ordene esta prática, é necessário que os sentimentos que o espírito nutra
estejam coadunados com o ato. Desta forma, se alguém pratica um ato de agressão
é porque ela possui como sua base de raciocínio o sentimento de agressão.

Entretanto,
Deus não seria a Justiça Perfeita se comandasse ou deixasse este espírito
praticar o ato contra quem não merecia ou precisava recebê-lo. A ação de Deus
tem de ser perfeita, e por isso Ele coloca aquele que precisa e merece ser agressor
frente aquele que precisa e merece ser agredido e comanda os atos que os dois
praticarão. Cada um, na verdade, não pratica um ato, mas materializa um
sentimento que possua e utilize constantemente.

Ele
não age desta forma por punição ou maldade, mas dá a cada um o que é necessário
para a sua evolução espiritual. A base para aplicação da Justiça Perfeita é o
Amor Sublime, ou seja, objetivando com que o espírito evolua e possa viver a
sua existência espiritual com mais felicidade.

Quando
uma pessoa recebe um ato de outra que lhe contraria os desejos, é Deus
utilizando-se desta outra pessoa para mostrar àquela o sofrimento que ela causa
quando contraria os desejos dos outros. Se alguém lhe censura, é Deus agindo
para mostrar-lhe o quanto transmite de sofrimento quando você censura outras
pessoas.

Claro
que aquela outra pessoa teve sentimentos que a tornou apta a ser a portadora da
mensagem de Deus, mas ela não é culpada do ato. O ser humano prefere entender
que o causador é o responsável pela causa a ter de se auto-analisar para ver a
Justiça em ação. Se existe um “culpado”, este é Deus, pois foi quem causou o
ato, não como punição ou castigo, mas como conselho para que aquele que o
recebeu busque o Pai e promova a sua reforma. Enquanto o ser humano buscar apenas
o culpado material dos acontecimentos, não encontrará o real culpado: Deus.

Portanto,
a “culpa” de todos os acontecimentos da vida material é de Deus, mas não se
trata de uma ação negligente, imprudente ou danosa a outrem.  Uma atitude
negligente seria um ato feito de forma “imperfeita”, “desleixada”. Deus não age
desta forma. Todas as atitudes que Ele comanda tem uma finalidade específica e
são Perfeitas na sua forma. Ele dá a cada um a justa medida do que merece.
Portanto, se um espírito precisa e merece apenas receber gritos e censuras,
Deus comandará apenas estes atos. Se o espírito necessitar de atos maiores
(agressão física, por exemplo), Deus comandará que o ato lhe chegue desta
forma.

Deus
não é imprudente, pois Ele não expõe o espírito a situações que possam atrasar
a sua evolução espiritual, ou seja, dá a cada um a “cruz” do tamanho e peso que
pode carregar. Quando o Pai determina que um ato seja praticado contra um
espírito é porque Ele conhece o íntimo (sentimentos) de cada um e sabe que ele
reúne condições de recebê-lo com “amor”. Se o espírito não escolhe este
sentimento para reagir ao acontecimento é porque utiliza o seu próprio livre
arbítrio.

Todos
os atos de Deus não são danosos, mas buscam trazer um ensinamento necessário a
evolução de cada um. É preciso que o espírito deixe o joio crescer para que
possa separá-lo do trigo, na hora da colheita. Buscar um culpado é ceifar
aquilo que ele imagina que não presta para si, mas com isto estará correndo o
risco de eliminar um alimento futuro.

Deus
é a Causa Primária de todos os atos, mas os comanda porque possui a
Inteligência Suprema do Universo, que tem como atributos a Justiça Perfeita e o
Amor Sublime.
No momento em que o espírito entender que Deus é a Causa
Primária, poderá encontrar Seus atributos nas Suas ações, mas enquanto quiser
ser o juiz do Universo, só encontrará culpados.


Canal: Firmino Leite
Fonte: C.E.U
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