Sarah Varcas – “Não o amor de contos de fadas – 21/22 de Abril de 2016: Lua Cheia em Escorpião” – 20.04.2016

Sarah Varcas – “Não o amor de contos de fadas – 21/22 de Abril de 2016: Lua Cheia em Escorpião” – 20.04.2016

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A Lua estará cheia no 3º grau de Escorpião às 5:25h GMT. Ocorrendo enquanto Vênus, Urano e Eris formam uma conjunção em Áries, ela nos lembra do poder que o amor tem de nos enxergar através da escuridão, e do seu papel iconoclasta nestes tempos de mudanças. Ensinamentos tradicionais, geralmente religiosos, são desafiados por esta Lua. Pode ser muito fácil despejar pedidos de perdão sem consistência para se sustentarem; ou declarar amor e, ao mesmo tempo, afastar-se em segredo. Com Saturno agora em Sagitário, somos compelidos a viver o que professamos, e não apenas falar de tradições e costumes espirituais enquanto vivemos nossa própria versão diluída desses conceitos! Se realmente acreditamos que o amor é o caminho para sairmos do medo, da separação e do conflito, então precisamos SER esse amor, e não ficar apenas na teoria.


Isto levanta algumas questões sobre a natureza do amor. O que é realmente o amor? E por que ele é tão importante em nosso mundo hoje em dia? Pode parecer estranho perguntar isto. É claro que o amor é vital em um mundo cheio de conflitos. Mas como abrir nosso coração para os fomentadores de guerra e aqueles que perpetuam o sofrimento, a desigualdade e a opressão visando seus próprios interesses? É fácil amar o pobre coitado e lutar por uma causa, mas como podemos amar aqueles que fizeram com que essa causa se tornasse necessária? E – talvez o mais importante de tudo – como amar a nós mesmos, quando conhecemos tão intimamente nossas próprias fraquezas e falhas? Muitos discursos religiosos têm evitado esse tipo de discussão por medo de terem que admitir que nós não sabemos o que é o amor. Mesmo se soubermos, nós lutamos para conseguir incorporá-lo! É fácil dizer “eu te amo” quando tudo corre às mil maravilhas, mas quando tudo está indo mal, o que significa amar, e como podemos realmente amar?



Esta Lua levanta estas questões, não para oferecer respostas convenientes, mas para destacar as complexidades de se viver num mundo em conflito; um mundo no qual ensinamentos espirituais e religiosos têm sido usados como armas para julgar, condenar e destruir (muitas vezes, em nome do amor…); onde as diferenças se tornaram um motivo para temer e rejeitar, em vez de pesquisar e se conectar.



Sob a luz desta Lua, somos convidados a refletir primeiro sobre nosso próprio bem-estar emocional, pois o amor começa em casa, com os nossos pensamentos em relação a nós mesmos. Se nos afastamos da nossa própria dor interna, fica muito mais difícil reconhecer e acolher a dor dos outros. Podemos condenar a violência da guerra e a opressão da pobreza; podemos lutar para libertar os que vivem em cativeiro; mas se, ao mesmo tempo, cometemos repetidas ações de violência emocional contra nós mesmos – julgando e condenando nossa própria dor, negando nossas vulnerabilidades ou simplesmente recusando-nos a reconhecer a tristeza, a raiva ou o medo que se escondem por trás deles – a incongruência da nossa vida acabará vindo à tona para nos frustrar. Esta violência interna, escondida do mundo mas poderosamente destrutiva, encontra-se na raiz de grande parte do que precisa ser curado hoje em dia. Se não entrarmos em contato com ela em nossa própria vida, nada do que fizermos externamente se manterá por muito tempo.



Esta Lua Cheia nos lembra que o amor é uma força retificadora que leva as coisas de volta ao estado de equilíbrio. Portanto, ele pode não ser a coisa mais fofinha, brilhante e cor-de-rosa que pensávamos que fosse! A correção de uma situação gravemente fora dos eixos pode exigir grande força e poder. O amor pode chegar com a força de um furacão, varrendo para longe todos os obstáculos ao seu domínio. Ele pode nos despedaçar antes de nos tornar inteiros novamente, pois só assim poderá atingir aqueles pontos que nos esforçamos tanto para proteger até mesmo do nosso próprio olhar interno.  



À luz desta Lua, somos incentivados a acolher nossas próprias trevas e reconhecê-las, não como falha pessoal ou motivo de vergonha, mas como uma experiência coletiva, na qual todos nós desempenhamos uma parte. Ninguém está livre de sentir medo, raiva ou vergonha, diante de circunstâncias que os provocam. Todos nós carregamos nossa parte sombria, assim como contemos o amor que mantém o mundo em eterna renovação. Não há problema em sermos assim. Nós somos o que somos. A chave é aceitar este fato e reconhecer essas coisas que preferiríamos não ter… nossa raiva, nosso ódio, depressão, ansiedade…  Estas são experiências humanas que podem nos conectar uns com os outros, em vez de criar a necessidade de muros cada vez mais altos entre nós.



Então, se você precisar de ajuda no período desta Lua, procure-o. Se encontrar alguém que estiver se esforçando para conter as emoções, faça-o saber que talvez não haja problema em se entregar a elas. Emoções são coisas poderosas, são forças incríveis que nos assaltam aparentemente do nada! Mas elas são parte de nós, são o nosso próprio mundo interno explodindo como uma tempestade. Conhecer essa tempestade e mapear o seu curso exige sinceridade, abertura e aceitação amorosa de tudo o que somos. Quanto mais conseguirmos acolher nossas tempestades internas, melhor conseguiremos lidar com as externas. Esta Lua ilumina a necessidade de fazermos estas duas coisas, e o poder do amor autêntico para construirmos um caminho curador à nossa frente. Isto pode não parecer o amor dos contos de fadas, mas certamente fará algo de mágico!




Autor: Sarah Varcas 
Tradução: Vera Corrêa – veracorrea46@gmail.com

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