Igor Mocarzel – “Verdades e seus Diferentes Níveis”

Igor Mocarzel – “Verdades e seus Diferentes Níveis”

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Muitos séculos se passaram e filósofos, pensadores e homens comuns já se pegaram pensando sobre a verdade em si. O que seria, enfim, a tal verdade que todos buscam? Como ela deve ser? Será muito além do que os nossos cérebros limitados podem conceber?

Antigamente, a busca pela verdade era um exercício nobre e intelectual. Homens e mulheres buscavam, por meio da mentalidade, conceber e explicar racionalmente o que é a verdade e qual roupa ela veste.

Entretanto, essa perseguição intelectual pela verdade ficou enterrada junto às sepulturas dos antigos filósofos e homens nobres de coração. Hoje presenciamos uma sociedade mergulhada na matéria, no conforto e no prazer. Nunca, na história da humanidade, tivemos tanta abundância material. Claro, é de suma importância dizer que não há nada de errado nisso, até porque a matéria também faz parte dessa realidade e está inserida na Verdade Maior. O conforto e o prazer, desde que equilibrados, vem auxiliar nossa caminhada terrena.

Afinal, o que seria então a verdade que tanto foi buscada ao longo de séculos e hoje se encontra abandonada nos porões empoeirados da nossa memória coletiva? Alguns até acham uma profunda perda de tempo procurar entendê-la. Pois bem! Antes de adentrarmos na Verdade, precisamos falar sobre os níveis de entendimento que uma consciência suporta.

Vamos partir do início. O nosso universo é construído pela mente do Todo, Deus, Deus-Pai-Mãe, o Grande Arquiteto do Universo, ou qualquer nome que goste para se referir a Ele. Tudo está regido sob a consciência infinita e benévola de Deus. Em outras palavras, somos parte da consciência dEle. Dito de outro modo: não há nada fora da Consciência Universal assim como tudo está dentro. Portanto, todas as criações, ações ou pensamentos, sejam eles negativos ou positivos, são uma “criação” dEle. Nada é inútil ou injusto dentro da Fonte Criadora. Tudo é abençoado por ela.

Dito isso, e entendendo que somos parte da Consciência Maior, no momento em que fomos concebidos por ela, viemos puros e ignorantes. Pode-se comparar com uma criança recém-nascida que busca, a todo o momento, entender como é o mundo físico, quais são as sensações que existem e como utilizar suas habilidades corporais para lidar com a complexidade material. Ora, o surgimento de uma nova consciência (nós) não é muito diferente do nascimento de um bebê: precisamos passar por inúmeras experiências, testes e desafios para ampliar nossa consciência. Isso inclui viver a escuridão e a Luz. Em outras palavras, viveremos sempre os dois polos da dualidade.

Talvez agora você esteja começando a entender aonde eu quero chegar. Como nascemos puros e ignorantes, a expansão de consciência se concretiza na obtenção de experiências por todo o Universo. A cada vivência que passamos – como espírito ou ser encarnado, – vamos somando e incorporando em nossa Biografia Individual (a nossa consciência). Sendo assim, cada indivíduo, seja encarnado ou não, está buscando o seu modo de desenvolver mais experiências para agregar ao seu registro histórico.

Entendendo toda essa questão, entramos agora na ideia da verdade relativa e seus entendimentos. Conforme vamos vivenciando e ampliando a nossa Biografia Cósmica com inúmeras situações – seja encarnados ou desencarnados – a compreensão sobre determinados assuntos, em específico, vai se tornando cada vez mais relativa. Dito de outro modo, o ser começa a entender que uma determinada situação, em diferentes contextos, pode conter infinitos meios de interpretações e ações. Para ser mais simples e didático: Eu jogo um dado no chão e vejo o número 4 virado para mim, porém, o meu companheiro que está do outro lado do dado enxerga o número 1. E agora? Quem está com A Verdade Universal e absoluta? Quem é o mais entendido sobre o “assunto dado”? Eu que vi o número 4 ou aquele que viu número 1? Ambos têm a verdade relativa consigo e as duas são fragmentos da Verdade Maior. Carrega-se então, um pedaço da realidade Maior em cada verdade relativa. Eu que vejo o número 4 carrego uma visão sobre o dado, e o meu companheiro, o complemento do que eu vejo. Assim são os entendimentos no Plano Físico e Espiritual. Não há nada autossuficiente, porque tudo faz parte de uma Verdade Maior.

Vamos contextualizar essa ideia para a realidade da Terra: seria possível um nutricionista solucionar todos os problemas que um médico tem dificuldade de resolver? Ou seria o contrário? Ou, até mesmo, um psicólogo conseguiria solucionar todas as patologias com o estudo da mente? Fato é que nenhum dos três resolverá todas as nuances terrenas, até porque cada um carregará apenas meia verdade consigo. As três áreas do conhecimento não contemplam o todo em si. Elas suportam apenas uma fração da Verdade Superior.

Agora vamos complicar um pouco mais? Dentro de cada meia verdade que carregamos, temos níveis e subníveis de entendimento. Em outras palavras: uma pessoa só compreenderá o que a sua consciência está preparada para absorver. “(Lembra que nascemos puros e ignorantes?)” Assim, um nutricionista pode resolver um problema alimentício de forma diferente do outro profissional da mesma área, pois eles carregam dentro de si um determinado entendimento e interpretação sobre a ciência dos alimentos. Portanto, os modos como irão exercer suas curas através da comida serão de formas diferentes. Isso significa que um é melhor ou pior do que o outro? Não, necessariamente, porém, existe sempre um nutricionista que estará mais perto da verdade relativa mais pura. Comparativamente, é como se um nutricionista estivesse enxergando “melhor” o número 4 do que o outro que está enxergando apenas o número de forma embaçada, assim como os indivíduos que têm alguma deficiência na visão. Por fim, significa que o nutricionista que enxerga a verdade relativa está melhor ou superior ao que está enxergando mal? Definitivamente NÃO! Eles apenas estão em fases diferentes da evolução da consciência, portanto, a expansão para uma verdade maior.

Talvez você me pergunte: “o que acontecerá com o primeiro nutricionista depois que descobrir que a sua verdade é relativa?” Simples: ele buscará uma outra verdade relativa para somar às suas verdades já contempladas e apreendidas. A longuíssimo prazo, este nutricionista, ou melhor, este espírito irá aumentar a sua bagagem de experiências físicas em sua Biografia Cósmica. “E o segundo nutricionista que está enxergando o número 4 ainda embaçado, o que acontecerá com ele? Continuará enxergando mal?” – É claro que ele não continuará enxergando mal; isso é apenas uma metáfora. O que acontecerá com ele está dentro do mesmo conceito do primeiro, ou seja, ele continuará vivendo, experimentando, estudando e vislumbrará o número 4 do dado com a mesma facilidade que o primeiro. Logo ele entenderá o mesmo que o outro compreendeu. Futuramente.

Assim é o funcionamento das verdades no universo. Ninguém está 100% correto nem 100% incorreto. Tudo faz parte da Verdade Maior, pois esta abarca todas as verdades relativas. Para a melhor compreensão: um quebra-cabeça montado com todas as peças em seu devido lugar é A Verdade Universal, porém, cada pecinha do quebra-cabeça separada uma das outras contém uma verdade relativa, que cada indivíduo carrega dentro de si. Portanto, para chegarmos à verdade Absoluta, devemos experimentar e vivenciar cada pecinha deste grande enigma, e montá-la.

Para que esse conhecimento seja aplicado na prática terrena, devemos fazer o seguinte: vamos respeitar o livre arbítrio de cada ser humano, pois ele está vivenciando as verdades relativas e seus subníveis. Você e eu não podemos, JAMAIS, interferir nos desdobramentos da jornada daquele indivíduo. Assim como ele, você e eu estamos experimentando verdades relativas que serão somadas em nossa Biografia Cósmica.

Assim, ao ver que pessoas estão indo às ruas protestando por algo que você não concorda, apenas respeite e deixem-nas viverem à sua maneira. Você não tem, como humano, todas as ferramentas justas e precisas para julgar a verdade que o outro carrega. Jamais deixe que a soberba da meia verdade nutra o teu coração, pois isso se tornará um veneno tanto para si quanto para os outros que o cercam. Mantenha a sua firmeza na verdade do teu coração, pois somente ele o guiará para as vivências necessárias que expandirão a sua consciência para novas verdades e, por fim, chegar A Verdade Superior.

Com muito Amor, gratidão e verdade,

Igor Mocarzel

Autor: Igor Mocarzel
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Revisão de texto: Solange Yabushita e Natália Faria
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