Diogo Beltrame – “Como soltar o sofrimento”

Diogo Beltrame – “Como soltar o sofrimento”

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Para entender e superar isto, é
necessário que se entenda o que de fato é esse tal sofrimento, como ele se
forma e o porquê dele estar dentro de você. Isto é, parar com os dramas
pessoais tão comuns nesta sociedade e passar a ver esse atributo com um pouco
mais de maturidade e amadurecimento espiritual.

O sofrimento é uma expressão de
vida que não pôde se expressar. Ou seja, um fluxo de energia que em algum
momento foi bloqueada e não pôde passar por você e que, por conta disto, se
condensou dentro do seu ser. Como energia não morre, ela apenas se transforma,
essa expressão de vida fica dentro de você neste estado condensado, mas agora
já não é mais uma expressão, e sim uma repressão. Podemos entender isto como a
essência do universo que se manifestaria através de você e que, por não poder
ter cumprido o seu papel, se transformou naquilo que conhecemos como
sofrimento. Ele saiu do estado vibratório da paz para o de sofrimento. Isto
significa que a paz morreu para que o sofrimento pudesse nascer. Ele nasceu, possui
consciência e também é uma espécie de vida que a humanidade desconhece, mas que
nos usa como condutores energéticos para se expressar e se sentir através do
nosso vaso terreno. Esse processo ocorreu e continua ocorrendo a cada situação
onde você é reprimido, condicionado, rejeitado etc. Qualquer forma de bloqueio
do fluxo natural da expressão cósmica em você, e através de você, resulta nesta
condensação energética, nesse nó energético.

O que eu quero dizer é que o
sofrimento simplesmente é o que é, e em nenhuma hipótese ele pode ser você. É
impossível que ele seja você. Você só acha que vocês são uma única coisa por
estar se identificando com ele. Mas ele só está dentro de você, assim como
tantas outras formas de vida que aguardam o momento oportuno para sair e
continuar o seu estado evolutivo, assim como as bactérias, os lactobacilos e os
fungos o fazem. Esse estado a qual ele espera, refere-se ao fluxo de energias
que adentram o planeta, os movimentos cíclicos do universo e até mesmo as
movimentações internas que ocorrem dentro do seu universo interior que trazem
situações favoráveis para que ele possa se manifestar e sair da toca. Isto
inclui os momentos de fases pré-menstruais que ocorrem com as mulheres, e os
movimentos lunares que mexem com a energia interna dos homens.

Portanto, se você conseguir
compreender que não é o sofrimento e que ele é apenas um visitante que está
dentro da sua casa, toda a sua preocupação deixará de existir.

Por que você haveria de se
preocupar com algo que nada tem a ver com você e que não é você?

Você se preocupa quando vê um
casal de namorados discutindo na rua?

A resposta é não. Você não se
preocupa com isto. Você pode até ver a situação e se sensibilizar com ela. Pode
desejar que eles se entendam, mas isto não gera preocupação em você. Isto não
vai lhe deixar aflito, pois você sabe que essa situação não lhe pertence e que,
portanto, não há com que se preocupar.

Vamos entender um pouco melhor
isto.

Se pararmos para observar o que
está se passando dentro de nós mesmos, chegaremos à conclusão que o sofrimento,
representado pela tristeza, medos, raivas, melancolias etc, não são
desconfortáveis em si mesmos. Toda e qualquer energia é neutra, ela
simplesmente é o que o que é. Quem as significa e as julga como boas ou más é a
mente humana que sente a necessidade de identificar e julgar tudo que está
dentro de nós. Isto é, o que te preocupa realmente ao perceber que sente medo,
por exemplo, não é o medo em si, mas sim o porquê e de quem você o sente. Você
foi condicionado a acreditar que o medo não é um sentimento nobre, portanto o
julga como ruim, e por isso passa a se preocupar quando o identifica dentro de
você. É isso que gera preocupação, desespero e todo o desconforto emocional. Ou
seja, o que gera desespero é o fato não saber qual é o problema com você e o
que isso quer lhe dizer.

Uma vez que você julga uma
energia, você passou a não aceitá-la. Você resiste a ela e isto significa que
você a está suprimido, sendo que, o correto, seria liberá-la, e liberá-la seria
aceitá-la como uma visita, observá-la e deixar com que ela cumprisse o seu
papel sem qualquer tipo de intervenção, apenas estando consciente de que ela
está lá e, principalmente, lembrando-se que nada tem a ver com você.

Mas então você pergunta: Como
posso não me identificar com algo que está dentro de mim se eu sei o motivo que
me leva ao sofrimento e se estou sofrendo pelo fato de ter medo de perder o meu
namorado?

Na verdade você não está
sofrendo porque tem medo de perder o seu namorado. Esse não é motivo do seu sofrimento.
Não existe o “eu sofrer”. Você é Deus em essência, e Deus não pode sofrer. Isto
é apenas uma associação feita pela sua mente para dar uma resposta ou
justificativa para essa energia que foi considerada como negativa e que está
dentro de você. O problema todo é reconhecer essa energia, sentir medo e
insegurança por tê-la reconhecida dentro de você e, por isso, pedir para a sua
mente uma resposta. Ela então associa o padrão vibratório desta energia com
algo que esteja acontecendo em sua vida e responde a sua pergunta. A mente
considera que nenhuma pergunta pode ficar sem resposta, então ela responde de
acordo com aquilo que sabe e pela sua necessidade de estar em busca do controle
que a levaria a uma suposta sensação de segurança. Eu insisto, o problema não é
a energia, mas sim o não saber o motivo dela estar lá.

Saiba que, o sofrimento, já
existia, ele já estava dentro de você e ele não é você. Você se identifica com
ele porque o sente dentro do seu ser, porque você não o aceita e tenta
entendê-lo. E a sua mente lhe traz uma resposta dizendo que você sofre por
conta disto ou daquilo. Mas o sofrimento em si já havia se manifestado em você
antes mesmo de você associá-lo a qualquer outra coisa. Você sentiu, se
preocupou e fez a pergunta, então a sua mente deu a resposta. Neste caso você
acredita e diz que sofre por causa de determinada situação. E então você passou
a ser o próprio sofrimento.

Para liberar esse sofrimento,
bastaria que você o observasse sem se identificar com ele. Esse sofrimento não
quer lhe dizer nada, não pode fazer nada contra você e não é seu. Ele não lhe
pertence, apenas está dentro de você. Portanto, você deveria senti-lo,
observá-lo e deixá-lo ir embora, assim como faz quando vê um casal discutindo
diante do seu nariz.

É necessário que, a partir
deste entendimento, você comece a praticar a auto-observação. Entenda como
auto-observação o simples fato de testemunhar algo sem se identificar com ele e
nem julgá-lo. Ao fazer isto, em poucos meses, você terá tido um grande avanço,
você vai notar que a paz está presente em sua vida. Você terá se tornado um
mestre de você mesmo. Um verdadeiro alquimista.

Ao adquirir a habilidade de
identificar que essas energias não lhe pertencem, você poderá manter-se em paz
mesmo quando estiver sentindo raiva ou qualquer outra emoção. Você saberá que a
raiva está lá, mas você não será mais essa raiva, e sim a pura consciência
pacífica que a observa.

Esse é o maior ensinamento que
os mestres iluminados passavam aos seus iniciados. Essa é verdadeira e única
forma de se alcançar a paz, ou se você preferir, a iluminação espiritual.

Estando livre do externo e
focado na sua paz interior, tudo muda em sua vida. A natureza e o universo
passam a se curvar diante de você, os sons mudam, a visão que você tem das
pessoas mudam. A visão que você tem do mundo e de você mesmo mudam. E isso,
significa estar vivendo em bem-aventurança.

Diogo Beltrame

Autor: Diogo Beltrame
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