O MENINO QUE QUERIA SER REI E O EMPODERAMENTO DO RAIO AZUL

O MENINO QUE QUERIA SER REI E O EMPODERAMENTO DO RAIO AZUL

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A história do rapaz que tira a espada da pedra e se torna um grande rei já foi contada inúmeras vezes, mas continua a transcender o tempo. Com seus temas universais, o Raio Azul, retratado no filme “O Menino que Queria ser Rei”, novamente retorna para nos lembrar daqueles que possuem qualidades de liderança, responsabilidade, da coragem de persistir contra obstáculos e de inspirar os outros a mais elevados níveis de expressão. Principalmente nesse momento caótico do político-social atual. 


Desta vez, o público-alvo são as crianças. A trama medieval do Rei Arthur é transportada para a Inglaterra contemporânea, fazendo com que um grupo de garotos se reunam para embarcar numa aventura e impedir o retorno destruidor de Morgana. Grandes feitos não são realizados apenas por adultos, e a fase da infância é crucial na formação de conceitos pessoais que irão definir a caminhada daquele indivíduo. Se acreditarem em si mesmos e na reverberação positiva de seus atos cotidianos, o futuro ganha um brilho especial.

A narrativa do filme traz temáticas que já vimos outras vezes, mas com alguns ajustes necessários. Nosso protagonista, Alex, é o garoto nada popular da escola que sofre bullying, mas a diferença é como ele irá lidar com seus agressores. O melhor amigo, Bedders, é aquele que sofre ainda mais bullying e faz mágica, porém, ele honra sua posição e sua mágica acaba por multiplicar objetos em abundância, no lugar de fazê-los desaparecer na escassez. O personagem oculto misterioso pode ser aquele que esteve sempre presente, e a lenda é muito mais real do que parece, mas o discernimento é sempre fundamental.


O Mago Merlin retorna como personagem motivador, pilar de disciplina, força e alívio cômico. Ele funciona em todos esses níveis, e ainda tem tempo para quebrar paradigmas. Quando o poder da alma é questionado pelo poder do sangue, Merlin realinha os valores e afirma: “Se suas lendas dizem o contrário, talvez precisem escrever novas lendas”. É isso que finalmente estamos fazendo.

A polaridade negativa do Raio Azul se refere a uma inclinação para ambição ilimitada, domínios desenfreados, propósitos egoístas, manipulação dos outros, arrogância e intolerância a outros tipos de pensamentos. Morgana é quem representa a faceta dessa expressão. Sua vilania é guiada por esses aspectos, potencializados pela perseguição da espada Excalibur e seus recursos. Infelizmente, essa é a única profundidade dada à personagem, tornando seu perfil e objetivos superficiais. Sua função no filme é representar o mal a ser combatido.


Quando chegamos mais para o final da história, a densidade do roteiro cai e somos levados a uma resolução do problema de uma forma não muito criativa. Ainda que estimule a união das pessoas, temos um fechamento um tanto bárbaro. Mas, como o foco está em criar um diálogo para outras discussões, podemos relevar a solução apresentada.

Como bônus super positivo, temos ainda a explicação da real funcionalidade de Stonehenge e outras estruturas similares e o discurso final de Merlin, sobre o abaixar das armas e a necessidade da luta por outros meios. 


Camila Pichath

Autor: Camila Picheth (Equipe Sementes das Estrelas)
Fonte: https://serialcookies.com.br/replicadores 
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