“Autoconsentimento: uma prática de amor-próprio”

“Autoconsentimento: uma prática de amor-próprio”

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O amor-próprio não é dado, é praticado. É um conjunto de comportamentos que se somam ao longo do tempo. E o autoconsentimento é uma dessas práticas de amor-próprio; quando começamos a implementá-lo, podemos começar a gerar mudanças poderosas.

Em geral, consentimento é a ideia de que devemos ser capazes de dizer sim ou não às coisas que acontecem aos nossos corpos. Costumamos falar de consentimento no contexto do outro: pedir um abraço, por exemplo, ou preencher um formulário de consentimento médico. As práticas de consentimento permitem que nos sintamos seguros e respeitados, cultivando confiança no contexto dessa relação.

Muitas vezes, não pensamos nisso como uma dinâmica interna, mas é. Quando aprendemos a ouvir nossos corpos e nossos próprios sinais internos de “sim” e “não”, estamos cultivando o hábito de respeitar nossas próprias necessidades, limites e desejos.

Essa prática é boa para todos, mas é especialmente útil para pessoas que passaram por uma experiência traumática. O trauma quase sempre vem com a experiência de ter a escolha ou poder retirados de alguém em algum nível. Quando podemos retribuir isso de pequenas maneiras – por exemplo, comendo quando estamos com fome e parando quando estamos cheios – estamos cultivando uma experiência interna de escolha e poder, o que faz com que nos sintamos mais seguros e poderosos em nossas vidas cotidianas.

Autoconsentimento e comida

Uma das maneiras mais poderosas e simples de praticar o autoconsentimento é com a comida. A fome é um sinal de desejo – é um “sim” à comida. Estar satisfeito é um sinal de “não”, uma sensação interna de “é o suficiente”. Muitos de nós ignoramos esses sinais ou temos dificuldade em ouvi-los porque temos o hábito de, por exemplo, não deixar nada no prato porque foi isso que nos ensinaram, ou comer por gosto ou conforto em vez de fome.

Pode ser uma estratégia maravilhosa praticar o autoconsentimento com comida e, ao mesmo tempo, usar da alimentação consciente e da alimentação intuitiva. Alimentação consciente significa, essencialmente, desacelerar o suficiente para de fato prestar atenção à experiência de comer – nos sabores, nos cheiros e também nos sinais internos que seu corpo está dando com relação à comida. E alimentação intuitiva é a prática de ouvir o que e como seu corpo quer comer, aprendendo a confiar nesses sinais.

Nem sempre são fáceis de praticar, principalmente quando se tem um histórico difícil com alimentação, mas fazem parte dessa prática de amor-próprio e autoconsentimento que pode, com o tempo, fazer uma diferença enorme em sua autoestima e vivências diárias de prazer.

Não é só com comida que podemos experimentar o autoconsentimento. Podemos tentar nos momentos de descanso e de sono, na socialização, até mesmo quando tentamos perceber quais pessoas em sua vida lhe dão uma sensação de “sim” e quais lhe dão uma sensação de “não”. Não se trata de estabelecer regras rígidas, e sim de prestar suficiente atenção ao seu corpo para conseguir sentir como ele responde a qualquer coisa que esteja fazendo, respeitando essa resposta interna.

Em alguns momentos, essa prática parecerá simples e fácil de fazer, e em outros parecerá mais complicada. A questão não é acertá-la todas as vezes que tentar. A questão é ensinar ao seu corpo que a maneira como você se sente, o que você quer e seus limites são importantes. Estabelecer isso internamente torna fazer isso com outras pessoas um milhão de vezes mais fácil e, assim, nossos relacionamentos com os outros também melhoram.

Autor: Julie Peters
Fonte: https://www.spiritualityhealth.com/self-consent-a-self-love-practice
Fonte secundária: https://eraoflight.com/
Tradução: Sementes das Estrelas / Mariana Spinosa

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