Maria Angélica Baron – “Síndrome dos ovários policísticos”

Maria Angélica Baron – “Síndrome dos ovários policísticos”

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Quando a nossa capacidade criativa foi bloqueada.

Ovários são os órgãos responsáveis pela produção de óvulos e hormônios sexuais femininos, como estrógeno e progesterona. Do ponto de vista biológico, têm como função promover as alterações características da puberdade nas meninas, desenvolver e expulsar os óvulos, bem como manter a gestação.

Já na visão holística, os ovários relacionam-se à capacidade criativa das mulheres e à sua relação com o outro, ou seja, a tudo que está relacionado à sua forma de viver, concretizar seus planos, lidar com as diferentes situações da vida e relacionar-se com pessoas afetivamente próximas.

Quando somos castradas em nossa capacidade criativa, quando abrimos mão de nós mesmas e deixamos de ser espontâneas para viver a vida do outro e não colocamos nossos sonhos em prática, nossos ovários adoecem.

Não à toa que os ovários, juntamente o útero, são responsáveis por gerar a vida. Mas aqui não falamos apenas de promover as condições propícias à gestação de outra vida. Mas sim à geração da própria vida, pois, antes de darmos vida ao outro, é fundamental darmos vida a nós mesmos, aos anseios da nossa alma, e nos movermos com criatividade e leveza pela vida.

Muitas mulheres passam a vida dedicando-se ao outro. São exímias em ajudar o marido, os filhos, a família, cuidar da casa, etc. Porém, quando precisam colocar em prática suas próprias ideias e necessidades, ficam paralisadas. Não assumem a responsabilidade por seus atos, por sua vida e tornam-se frustradas por não terem sido quem gostariam de ser.

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) caracteriza-se por obesidade leve, irregularidade menstrual ou amenorreia e sinais de excesso de androgênios, como acne, hiperglicemia e crescimento excessivo de pelos em locais mais comuns aos homens. A presença de cistos nos ovários é variável, podendo ocorrer em maior ou menor grau dependendo da mulher.

Do ponto de vista médico, a síndrome é causada pela desregulação no eixo hipotálamo-hipófise-ovários – o sistema que controla o funcionamento de quase todas as glândulas do corpo. A genética é apontada como vilã, uma vez que alterações de algumas enzimas são observadas neste problema. Porém, ainda não se conhece, na medicina, uma causa definitiva.

Da perspectiva holística, a SOP ocorre geralmente em mulheres que não conseguem tirar seus sonhos e objetivos das ideias. Muitas vezes, têm uma mente rica em ideias, mas nada fazem para colocá-las em prática. Estão sempre dispostas a resolver os problemas dos outros, mas quando é para agir em seu próprio benefício, ficam paralisadas por medo de errar ou mesmo por não saberem lidar com suas próprias escolhas. Não desenvolveram sua capacidade criativa, ficam perdidas mentalmente e bloqueiam suas ações. Vivem no passado ou no futuro, mas raramente no presente, e sentem-se sempre culpadas por erros outrora cometidos. Essas mulheres não assumem uma postura firme diante das adversidades da vida e recorrem aos outros para solucioná-las. Por serem inseguras e dependentes, acabam sufocando quem está perto.

Mulheres com cistos de ovário geralmente dependem da opinião alheia para tomarem suas decisões, pois não podem sustentá-las por si só. Elas não se sentem capazes de criar algo valioso que seja seu. Isso pode ser deflagrado por “marcas” da infância ou adolescência que ficaram por acreditarem que causaram algum transtorno a alguém, fazendo-as se sentirem culpadas por algo que (nem sempre) fizeram. Em função disso, hoje preferem se “recolher à sua insignificância” do que expressar opiniões que podem trazer novos incômodos aos outros.

Muitas vezes, essas mulheres foram repreendidas ainda na infância (de forma justa ou injusta) por algo que fizeram e isso deixou traumas, fazendo com que elas se sintam um “estorvo” e por isso não emitem opiniões. Muitas acabam se isolando para não serem novamente censuradas ou reprimidas, e acabam reprimindo a si próprias e ao seu poder criativo. Tudo isso acarreta em problemas de autoestima, autoconfiança e, consequentemente, de relacionamentos afetivos.

O conselho amoroso para quem sofre de ovário policístico é que confie sem si mesma e na sua capacidade de criação. Assuma suas escolhas e suas consequências, sem depender da aprovação alheia. Não se prenda à culpa pois ela não acrescenta nada de positivo e te mantem presa à dor. Deixe o passado no passado e os erros que porventura tenha cometido também. Use as experiências vividas como aprendizado e permita que sua alma se expresse como ela deseja. Terapias holísticas podem ajudar a desbloquear a energia estagnada e outras técnicas como psicologia e PNL podem ajudar a ressignificar o passado.

Lute pelos seus objetivos e não espere que o outro faça por você. Seja autêntica, espontânea e feliz com suas realizações. Afinal, você é a única responsável pela sua vida.

Espero que esses conhecimentos possam trazer luz a consciência e auxiliá-las na condução se sua própria cura.

Com amor e leveza.

Maria Angélica Baron

Fonte:  Alquimia Sagrada Terapias

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