Enfrentar sentimentos desconfortáveis os ajuda a serem transformados – mas para que isso aconteça, é preciso gerar segurança.
Quando algo está se movendo em nossa direção e finalmente percebemos que a situação de vida em que nos encontramos não está aqui para nos machucar, mas sim para ajudar em nossa cura – o próximo passo é enfrentar os sentimentos ocultos que nos foram trazidos à tona.
Mas isso não é confortável e nem sempre dá para ser feito sozinho. É aí que ter um parceiro pode ajudar. Alguém que nos traga de volta para nós mesmos. Alguém que nos apoie e nos escute enquanto estamos sentindo os sentimentos desconfortáveis. Alguém que gere segurança, para que esses sentimentos possam vir à tona – sem nos dominar.
Nosso sistema sabe quando nossas emoções são uma ameaça e quando correm o risco de nos dominar. Em muitos de nós, existem proteções à prova de falhas instalados – mecanismos inconscientes altamente inteligentes que executam padrões, evitando que acessemos nossas emoções.
Quando temos a oportunidade de lidar com nossos sentimentos desconfortáveis, permitindo que eles se expressem, o sistema precisa de muita segurança.
O que pode gerar segurança é a escuta compassiva de um parceiro.
Escutar compassivamente é ouvir com permissão plena.
– Significa não ATRAPALHAR (nada de consertar, resgatar, aconselhar, projetar nossas coisas nos outros).
– Significa não julgar.
– Escutar com amor incondicional significa que não temos uma agenda para a outra pessoa.
– Não existe o desejo de trazer a pessoa para o nosso ponto de vista.
– Não nos importamos se ela vai nos deixar ajudá-la da maneira que queremos.
– Não tentamos fazer com que ela veja as coisas de uma determinada maneira ou tome determinadas ações.
Apenas escutamos, com amor. E oferecemos apoio.
O que a dor precisa ouvir quando está se expressando é:
- Eu te vejo.
- Eu te escuto.
- Eu compreendo.
- É claro que você estaria sofrendo desse jeito.
- Não. Não foi legal o que você vivenciou.
- Sinto muito.
- Eu te amo.
- O que é verdade para você agora, neste momento?
E se as respostas que vierem – seja como emoção, história ou sensação – não forem pacíficas, então fazemos tudo de novo… até que não haja mais nada para ser ouvido no momento.
Oferecer apoio é uma das maneiras mais fortes para conhecer alguém e ajudar esse alguém a se curar.
COMO CURAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO – NO MOMENTO
Mudando o que está acontecendo em um “momento de vida” – voltando-se para dentro e fazendo nosso trabalho interno.
Quando não conseguimos mudar o que está acontecendo conosco por meio do controle de uma situação ou de outras pessoas, quando ficamos com raiva e culpamos os outros pelo que estamos passando… estes são sinais de que existe algum trabalho interno a ser feito e de que está a hora de voltarmos para dentro.
Usando nossos gatilhos para a cura – soltando o que está acontecendo “lá fora” e voltando-se para dentro.
A maneira com a qual trabalho com informações que acionam meus gatilhos (quando me lembro de soltar o que está acontecendo fora de mim e percebo que estou executando um padrão):
– Acolho as emoções que aparecem;
– Enfrento-as;
– Deixo que elas passem por mim;
– Paro de focar no que acionou determinado gatilho e concentro-me em como estou me sentindo.
Primeiro tenho que lembrar de fazer isso! E isso requer prática, treinamento e – quando minha resistência está sob controle – muitas vezes um amigo ou alguém para me levar a perceber que estou executando um padrão que precisa ser curado. E que a vida está tentando chamar minha atenção.
Por exemplo…
Cura e transformação nas situações cotidianas
Às vezes, uma pessoa reage ao motorista à sua frente que está dirigindo muito devagar, ficando com raiva dele. Tentado controlar o carro da frente – grudando a traseira dele, forçando a passagem, mudando de faixa para ultrapassar e demostrando sua frustração. Fazendo com que o carro da frente não esteja apenas errado, mas sendo a fonte de toda a frustração não curada daquela pessoa por ter sido impedida a vida, por exemplo. Outras vezes, a mesma pessoa perceberá que não está fluido e que há uma mensagem se repetindo para ela. De sua própria consciência. Não de como ela pode controlar a situação. Mas de como não pode. E de que está a hora de olhar para as emoções e pensamentos de raiva, para os julgamentos e frustrações que aparecem. Para voltar-se para dentro e enfrentar os sentimentos desconfortáveis.
E quando isso é feito, ela está se curando. Não só como se sentiu em relação àquele momento e ao carro da frente. Mas como se sentiu durante toda a vida, por ter sido impedida. E pela primeira vez que isso aconteceu com ela. Nesta vida. Em outras vidas. Antes de estar viva.
Voltar-se para dentro pode mudar instantaneamente o que está acontecendo fora de nós.
Enfrentar e sentir sentimentos desconfortáveis pode nos libertar imediatamente de tudo o que acontece ao nosso redor. Porque o que acontece ao nosso redor está lá para ajudar na nossa cura. Para nos fazer sentir algo que estava oculto, inacessível de qualquer outra forma. Mas que têm nos bloqueado ultimamente e está pronto para ser transformado.
O outro lado de enfrentar sentimentos desconfortáveis é a expansão. A não limitação. Liberdade e nova energia vital.
Muitas vezes, junto com isso estão:
- Novos mapas emocionais e comportamentais de como reagir às situações desafiadoras da vida
Levando ao empoderamento e à soberania
- Dons e habilidades – novos acessos a mais da nossa força vital natural, colocando-nos em contato diário com quem somos e com os dons e habilidades ligados à nossa criatividade. Imaginação. Capacidade de pensar com clareza, obtendo orientação e direção. Sentir e perceber energias. OU aprofundar nossa autoconsciência.
COMO…
Esta capacidade de usar os gatilhos da vida para os curarmos, em vez de energizá-los e torná-los piores – é parte vital do nosso caminho para a Automaestria.
Mas primeiro, temos que interromper nossas reações e perguntar:
– O que isso está me mostrando?
– O que minhas reações estão me mostrando?
– Quais são os pensamentos, expectativas e crenças que eu tenho em torno disso?
– Quais são os sentimentos ocultos que estou lutando para alcançar ou não quero enfrentar?
Quando culpamos os outros pelo que acontece conosco, embora seja natural e parte importante de nossa cura e transformação, ainda temos um longo caminho para percorrer. Porque estamos entregando nosso poder a eles. Quando, na verdade, somos os únicos autores da nossa realidade.
E podemos recuperar essa autoridade e reescrever nossa realidade ao reconhecer, enfrentar e transformar o que está acontecendo dentro de nós, com amor e compaixão.
Uma breve meditação para enfrentar sentimentos desconfortáveis – da nossa meditação em grupo na outra semana:
RECUPERANDO NOSSA SOBERANIA – USANDO AS REDES SOCIAIS PARA NOS CURAR, EM VEZ DE CONSERTAR O MUNDO
Como parar de entregar nosso poder à “verdade suprema sobre o que está acontecendo” das outras pessoas – ao curar o que isso aciona em nós.
A diferença entre a verdade e uma coleção de fatos.
Muito do que as pessoas dizem umas às outras ser a verdade suprema vem de um lugar não curado. Fatos são procurados e encontrados – porque se tivermos uma agenda sempre encontraremos os fatos necessários para fundamentá-la. Por que? Porque é preciso muita objetividade e uma pesquisa minuciosa para encontrar fatos neutros e imparciais. E porque quando encontramos fatos, podemos juntá-los da maneira que quisermos e usá-los para argumentar nossa verdade. O que encontramos e não encontramos, o que incluímos e omitimos, como conectamos esses fatos, tudo cria uma “verdade”, que não é o mesmo que um fato. É uma colcha de retalhos com a aparência da verdade.
Daí, compartilhamos essa colcha de retalhos e muitas pessoas pensam: “Ah, existem fatos aqui. E isso é o mesmo que ser verdade. Portanto, a versão da verdade da agenda dessa pessoa – a narrativa pessoal dela – deve ser a verdade real”.
E antes que percebamos, temos uma teoria sendo compartilhada como a verdade suprema por pessoas que não fazem suas próprias pesquisas imparciais e completas sobre o assunto. Mas que são influenciadas pelo que lhes é dito.
Por que somos influenciados por essas narrativas? Porque quem tem agenda tem paixão e a paixão proporciona uma boa retórica; muitas vezes, reagimos à energia por trás das coisas. E pode haver muitas maneiras diferentes de reconhecermos a autoridade de uma pessoa: “Olha, ela é popular, é acadêmica, é cientista, é famosa”.
Essa pessoa – quem quer que seja – é humana. Mas não é a gente. E a agenda dela não é necessariamente a nossa. Mas se formos atraídos por ela, talvez haja algo nela que ajudará na nossa cura.
E nós somos mestres em reescrever nossa realidade. Quando curamos o que está acontecendo dentro de nós, mudamos o que acontece em nosso mundo.
Principalmente porque o que acontece fora de nós – pessoal e globalmente – está acontecendo para nos dar uma oportunidade de cura. Não há outro motivo.
É isso por hoje. Espero que você tenha gostado da leitura. 😊
Com amor,
Lucy x
Autor/Canal: Lucy x
Fonte: https://infinityresonance.com/
Fonte secundária: https://eraoflight.com/
Tradução: Sementes das Estrelas / Mariana Spinosa