A ferramenta mais poderosa para vencer o mundo: A Gratidão

A ferramenta mais poderosa para vencer o mundo: A Gratidão

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Durante a Roda do Ano, evento promovido pelo querido Luis Fernando Rostworowski, em Brasília, recebemos a visita do nosso querido Pai João de Aruanda. Como de costume, este se colocou à disposição para tirar dúvidas, das mais variadas possíveis. Como eu, Igor, estava também participando, senti uma abertura e pensei: “Por que não perguntar?”. Esperei o tempo oportuno para fazer a pergunta. Num determinado momento, os demais presentes ficaram em silêncio e o Pai aguardava a próxima indagação. Ali eu senti que era o momento perfeito para indagar o que estava em minha mente.

Perguntei mais ou menos assim: “Pai, nesse mundo dual em que vivemos separados pelo bem e mal, preto e branco, claro e escuro, como podemos transcendê-lo para o Uno, para a ideia de que somos Um com toda essa dualidade?”



Nas palavras (ligeiramente revisadas) do Pai João de Aruanda, eis a resposta:

 “Para alguns é muito complexo. Alguns precisam de MUITAS encarnações aqui para ir se desconectando pouco a pouco dessa realidade. Mas, no fundo, – para esses que é mais complexo, e para os outros que não é tão complexo, – uma coisa muito simples que os leva a se desconectarem mais rapidamente de todos os padrões dessa realidade, que lhes permite viver nesta realidade sem estarem envolvidos de forma que os prejudiquem e os prendam nela é o grande exemplo que o nosso senhor Jesus Cristo deu para todos: estar em estado de gratidão constante. Agradecer pelo que você é, pelo que você já tem, pelo que você não tem, pelo que você, talvez, venha a ter ou não ter. É estar grato por simplesmente ser, por simplesmente estar. É nessa energia de gratidão, que todos vocês vão se desconectando de qualquer amarra que os prendam aqui. Porque quando você vai entrando nesse estado de gratidão, se estiver sentindo dor física, emocional ou qualquer outro tipo de dor – apesar de, no princípio, ser difícil vocês agradecerem pela dor – vocês irem agradecendo pelo que estão passando: “Eu agradeço, eu agradeço, eu agradeço…” E você vai se desconectando da realidade-dor.

Se alguém ferir você, diga: ‘Eu agradeço pela experiência’, por mais que, a princípio, seja difícil e por mais que, a princípio, tenha que ser algo mecânico fazer isso.  Depois vira um hábito saudável e extremamente reconectivo. Então, por experiência desse velho, o que facilita sair dos padrões dualísticos, mesmo estando nessa realidade, nesse sistema que é dualístico é a gratidão. Vocês estarão convivendo com forças dualísticas, mas não vão estar envolvidos nela. É como Jesus dizia: ‘Estejam no mundo, mas não sejam do mundo.’ Como ele também dizia: ‘Eu venci o mundo.’

Na verdade, eu fui grato ao mundo e ao que o mundo teve a me oferecer porque, qualquer fagulha de não gratidão por estar aqui vivendo o que se precisa viver vai prender você aqui. Pois a negação prende; a não aceitação prende.


Agradeça! Não importa o que seja. – “Foi assim que esse velho conseguiu se desconectar da dor.”


Logo após essa resposta, Pai João emendou a sua história particular de como transcendeu o mundo. Narrou como venceu a dualidade na época em que ainda era um jovem escravo.

O velho de Aruanda, com o seu jeito engraçado e descontraído, contou que na época em que era um jovem escravo, ele se encontrou com a sua alma gêmea. Ela era uma sinhá branca. Disse que todas as vezes que cruzavam os olhares, percebiam um laço energético entre eles. Nas palavras do Pai, “sentia um ciricutico toda vez que olhava para ela”. Com ela, a sua alma gêmea, também não era diferente, pois sentia, da mesma forma que o Pai, o tal “ciricutico”.


Dias se foram passando naquele engenho. O dono dos escravos era um senhor muito esperto e observador. Logo ele percebeu que o jovem escravo ficava de olho na filha dele e vice-versa. 

Um dia, o senhor dos escravos mandou chamar um capitão do mato, que pegou o Pai João pelo braço e levou-o à casa grande. Chegando lá, o senhor cruzou a perna, pegou uma caneca de café e perguntou:

“- Tu tá de olho na minha menina, hein?”


“- Não, senhor” – dizia o Pai todo trêmulo.


“- Não minta para mim, seu nego!”


“- Sim, senhor.”


Obviamente, levaram o Pai para o tronco. Foram 16 chibatadas.


À medida que os dias iam se passando e os olhares se cruzando com a sua amada sinhazinha, o Pai era punido, sempre que o senhor ficava sabendo. Entretanto, as chibatadas iam aumentando uma a mais, ou seja, de 17 chibatadas, eram passadas para 18 e assim por diante.

Durante uma de suas inúmeras punições, na 21ª chibatada entre gemidos e sofrimento, aparece Xangô e diz: “Agradeça, agradeça João”. Depois dessa mensagem pelo seu espírito amigo, o Pai João começou a agradecer por cada chibatada recebida.

No começo, a sua gratidão era mental, da boca para fora, sem nenhum magnetismo, mas insistia em agradecer às coisas negativas e punições físicas que sofria. À medida que o tempo foi passando, a gratidão mental passou a integrar o seu coração. Logo, toda vez que agradecia, sentia paz e tranquilidade por todos aqueles momentos.

O Pai comentou que aquela rotina de agradecer por tudo foi tornando a sua vida mais tranquila e serena. Apesar do fardo de estar encarnado e levando a vida como um escravo, residiam a paz e a tranquilidade em seu coração. O sentimento foi se tornando tão puro e genuíno que, à medida que o tempo passava, quando ele não era punido pelas chibatadas sentia falta.

No fim das contas, o Pai só se importava em ser feliz e estar feliz. Não importava para ele se eram situações ruins ou boas. Além disso, ele não ficou com a sinhazinha que amava. Ela casou-se com outro branco, porém, ele não deixou de agradecer.

Assim, finalmente, conseguiu vencer o mundo através da gratidão. Ele se desconectou por completo da realidade da dor em que vivia.

Aqui, agora, gostaria de trazer as minhas observações pessoais. Claro, tudo o que eu absorvi dessa história faz parte do meu espectro. Jamais seria uma verdade única e absoluta. É apenas uma parcela da verdade que carrego e, caso ressoe dentro do seu coração, use-a como um banquete especial.

A minha grande questão era COMO vencer a dualidade do mundo, porque sempre vemos, lemos e sentimos, a todo o momento, uma “eterna luta” entre os opostos. O ódio e o amor, a luz e a sombra. Via de regra, o mundo nos “obriga” a estarmos em um dos lados, caso contrário, somos considerados e julgados como pessoa “sem opinião ou fraca” por não abraçar algum polo.

Quando o Pai trouxe a resposta prática e objetiva no começo de sua história enfatizando a gratidão, veio também um conceito simples, porém, muito profundo: Quando existe a gratidão, os polos opostos (bem e mal, frio e quente, luz e sombra) se unem. Eles se tornam parte de uma mesma realidade.

Hermes Trismegisto em sua quarta lei, a chamada Lei da Polaridade, ensina que tudo faz parte de uma mesma realidade.

“Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados” – O Caibalion.


Hermes ensina que o quente e o frio, por exemplo, fazem parte da mesma realidade. O espírito que aconselhou o Pai a agradecer, trouxe-lhe a ferramenta mais poderosa para unir as duas polaridades – dor e prazer – no caso da história do Pai.

Instintivamente pensamos: Ora, ninguém quer sentir dor, ser um escravo e muito menos ser chicoteado 21 vezes. Quando há a energia da gratidão, a dor da punição traz para perto também a energia do prazer (o seu polo oposto). É assim que o Pai vencia o mundo dual. Por compreender que a dor faz parte do mundo, assim como o prazer também. Não há o bom ou o ruim. Todos fazem parte da Verdade única e universal.

Um ser que apenas vive de bonança não está completo, apesar de julgarmos, instintivamente, como se fosse esta a melhor forma de se viver. Esse ser apenas convive com uma meia-verdade, com a verdade do prazer, mas desconhece a dor. Logo, há uma peça faltando no quebra cabeça do UNO.

É importante e imprescindível ter em mente o seguinte: tudo é perfeito. Tudo faz parte de uma coisa só. Dessa forma, não existe NADA que possa ser descartado. NADA neste mundo dual é desnecessário. Tudo o que existe é parte de um quebra-cabeça. Os polos opostos são filhos da mesma mãe.

Finalmente, podemos entender o poder da gratidão. Ela aproxima a verdadeira realidade desse mundo dual. Essa ferramenta é um trampolim para nos iluminarmos e vencermos o mundo entendendo que somos todos UM. Nada é separado.

Em termos práticos é o seguinte: sabe aquele seu amigo “chato” que tem um viés político diferente do seu? Pois é! Ele carrega uma meia-verdade, assim como você. Sabe aquela amiga “chata” que o tempo inteiro fala que não existe Deus? Pois é! Ela também carrega uma meia-verdade.

Caso não tenha entendido, eu explico. O seu amigo que tem uma visão política sobre determinado assunto, carrega consigo um pedaço de um quebra-cabeça maior. O viés político dele saiu de um TODO, assim como a ideia de NÃO existir um Deus que a sua amiga carrega. 

Pense no seguinte: Se tudo é uma coisa só e quando isso é separado, necessariamente se fazem presentes seus fragmentos que se encaixam, correto? Ora! Não faria o mínimo sentido, se separássemos uma coisa da outra e elas não pudessem se encaixar novamente.

Um quebra-cabeça só se torna completo, quando TODAS as peças se unem, formando a sua real imagem e formato. Cada pedaço da peça tem a sua importância. Nenhuma é inferior ou superior. São apenas partes. Assim, estas são as meias-verdades criadas neste mundo dual.

Essa é a ideia! Para que possamos retornar e nos FUNDIR com o TODO, devemos ter a consciência de que existem as partes e as contrapartes. E reconhecemos o Divino nas mais variadas formas, pessoas, situações e sentimentos.


Assim, a gratidão é a ferramenta perfeita para vencer o mundo.

E aí? Está pronto(a) para agradecer por tudo que vêm a sua vida? Sejam elas boas ou ruins?

Esteja certo(a) de que você não está só e vencerá com a ajuda dos seus Mentores, Anjos, Guias, Protetores e seu Eu Superior. Eu confio e acredito em você! Vamos com tudo!

Com muito Amor, verdade sincera e gratidão,

Igor Mocarzel



Autor: Igor Mocarzel (Equipe Sementes das Estrelas)
Facebook: https://www.facebook.com/mocarzel.igor
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