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Maya – “O Espelho e o Feitiço, sobre a verdadeira natureza dos relacionamentos”

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Mestres Ascensos

O ESPELHO E O FEITIÇO

Há um mal-entendido silencioso que muitas vezes passa despercebido pelo coração humano, um sussurro suave passado de geração em geração, dizendo simplesmente: “Eu te conheço”.

Parece inocente. Confortável, até.

Mas essa simples afirmação, quando aceita com muita pressa, torna-se a base para uma complexa teia de projeções, papéis e acordos invisíveis que moldam silenciosamente toda a dinâmica entre duas almas.

Na maioria dos relacionamentos, especialmente aqueles marcados por amor, intensidade ou longa história, cada pessoa não encontra a outra como ela é no momento presente.

Em vez disso, elas se encontram como um reflexo, uma reconstituição, um eco magnetizado de algo não resolvido, inacabado ou não encontrado do passado.

A alma, sentindo familiaridade na energia do outro, busca interiormente e assume um papel quase instintivamente, como se dissesse: “Ah, sim, eu me lembro desse padrão. Deixe-me entrar nele mais uma vez, e talvez desta vez eu encontre um encerramento.”

Isso é o que muitos chamam de carma, embora não seja um castigo, nem seja pessoal.

É simplesmente um loop, uma repetição sagrada de histórias esperando para serem vistas com clareza e dissolvidas pela consciência.

É a tentativa da alma de completar o que antes estava fragmentado, não mudando o outro, mas finalmente entrando em plena presença com o que sempre viveu dentro de si.

PROJEÇÕES E ATORES NO PALCO DA VIDA

Dessa forma, um dos parceiros pode se tornar, sem querer, a figura paterna severa com a qual o outro nunca se reconciliou.

Ou a mãe ausente. Ou o irmão desaprovador.

Ou, com a mesma frequência, o fantasma de um ex-amante que ainda assombra o sistema nervoso com palavras não ditas e necessidades não atendidas.

O relacionamento se torna um palco, e as pessoas nele se tornam atores: vestindo figurinos costurados a partir da memória, da emoção e da expectativa ancestral.

E assim, mesmo que duas pessoas acreditem estar se relacionando autenticamente, na verdade, elas frequentemente estão segurando espelhos uma para a outra, presas em um feitiço de reflexão mútua, incapazes de sair do palco por tempo suficiente para perguntar: “Quem é você, realmente, fora do que eu vejo?”

O mais surpreendente, e muitas vezes doloroso, é que, dentro desses papéis, a pessoa pode esquecer completamente a própria essência.

Você pode começar a dizer palavras que nunca quis dizer, sentir emoções que não lhe pertencem ou carregar fardos que parecem repentinamente pesados, mas estranhamente familiares.

Porque naquele momento, você não é mais você mesmo, mas um eco, um espelho.

Romper esse encantamento cármico não significa abandonar o relacionamento, embora às vezes isso possa ocorrer.

O convite mais profundo é liberar o papel que você assumiu, afastar-se da identidade que assumiu na presença dela e retornar à verdade simples:

“Eu não te conheço como pensava que conhecia. Não preciso ser quem me tornei para sobreviver a esta conexão.”

O desfazer dos laços cármicos começa com esta profunda humildade: a disposição de abandonar a máscara de esposa, marido, curador, salvador, vilão, filho, professor, e de se reencontrar a partir do lugar do desconhecido, onde a amizade se torna possível e a curiosidade substitui a expectativa.

Passar do contrato de papéis para a abertura da presença real é uma passagem sagrada.

Pode parecer, a princípio, uma perda, pois quando o espelho é colocado de lado, a ilusão de proximidade pode desaparecer.

Mas o que surge em seu lugar é algo mais duradouro: a amplitude de ser, a liberdade de crescer e a permissão silenciosa de não precisar do outro para completar qualquer história não dita.

O INÍCIO DO AMOR VERDADEIRO

É por isso que parte do amor mais profundo surge não daqueles que desempenharam um papel em sua ferida, mas daqueles que o encontram sem projeção, sem suposição, sem os velhos roteiros.

Eles não exigem que você permaneça no personagem, eles permitem que você seja fluido, desconhecido, mutável.

E este é o começo do que eu chamaria de amor verdadeiro, não porque seja livre de desafios, mas porque é livre de encenação.

Amar verdadeiramente o outro é não mais exigir que ele segure seu reflexo. É deixá-lo ser desconhecido e ainda permanecer.

É dizer: “Não vou pedir que você cure o meu passado. Não me tornarei a sua história inacabada. Mas permanecerei presente com quem você é agora, mesmo que eu ainda não a entenda.”

Então, se você se sente perdido na dinâmica do seu relacionamento, se você se pega agindo a partir de emoções que não reconhece como suas, ou repetindo conversas que parecem estranhamente roteirizadas, pause.

Feche os olhos.

Respire.

E pergunte suavemente: “Qual papel estou desempenhando que não serve mais a nenhum de nós?”

Então imagine-se colocando delicadamente esse papel na terra, como uma capa desgastada, e sinta o que retorna a você quando você não carrega mais a forma da necessidade de outra pessoa.

Esta é a porta para a libertação no relacionamento.

E uma vez atravessada, o que resta é você e o outro como Um.

Samuel

Canal: Octavia Vasile
Fonte primária: https://www.facebook.com/photo/?fbid=1135922611893503&set=pb.100064273232754.-2207520000
Fonte Secundária: https://eraoflight.com/2025/07/31/the-mirror-and-the-spell-on-the-true-nature-of-relationships/
Tradução:  Sementes Das Estrelas / Iara L. Ferraz

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