Lá se foram os tempos em que os mestres em seu mundo se retiravam para o topo das montanhas e ficavam afastados do convívio. Enquanto para alguns isso possa ser uma escolha viável, a maioria de nós aqui na vanguarda da iluminação, está aqui para usufruir a vida.
Embora achemos cada vez mais desafiador nos relacionar com a realidade que estamos deixando para trás, há ainda alegria em se participar da vida.
Pode parecer confuso porque alguns de nós abrimos mão de tanta coisa: família, amigos, companheiros, empregos, e estamos no processo de deixar de lado nossa linhagem, nossos antepassados, nossos velhos padrões, até mesmo nossas famílias espirituais de volta para casa. Tudo em nome de nos libertarmos e a todo mundo. A confusão vem porque, então, queremos saber por que nos sentimos tão sozinhos. Supõe-se que vamos viajar o resto de nossa vida sozinhos?
A resposta para isso é, claro, muito pessoal e cada um de nós possui o próprio e único caminho. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que estamos aqui com o propósito de nos conectar ao nosso parceiro eterno, nossa Presença Divina e nossa alma.
EM NOSSOS PRÓPRIOS TERMOS
No entanto, como ser humano, e mesmo como uma alma, queremos experimentar a vida aqui no Planeta Terra de uma nova maneira. Uma em que não carreguemos mais a velha bagagem ancestral ou os fardos da consciência de massa.
Assim, não estamos virando as costas para a vida. Mas estamos querendo experimentá-la em nossos próprios termos agora. Estamos constatando que não sentimos mais a paixão das velhas maneiras, a partir de um lugar de drama ou de ocupação, de conquistas externas ou relacionamentos.
Podemos não estar nos sentindo apaixonados, em absoluto, ou apenas esporadicamente, conforme sentimos nossa alma em nosso corpo. Às vezes queremos saber se seremos capazes de nos conectar à vida aqui, ou nos relacionaremos cada vez menos com ela, à medida que ficarmos mais conscientes e despertos.
Quando nos sentimos assim, é importante nos lembrarmos de que, inicialmente, nós, como nossas almas, éramos cheios de fogo e paixão. Que este ser humano desapaixonado não é quem realmente somos.
De fato, se às vezes nos sentimos cansados, deprimidos e aborrecidos, é fácil demais nos identificar com isso e começar a acreditar que somos assim.
É muito fácil aceitar que somos essa pessoa, especialmente porque o processo de ascensão, de iluminação incorporada, parece estar se movendo no ritmo de um caracol, às vezes. E há momentos em que parece estar se movendo rápido demais, visto que parecemos estar nos transformando de dentro para fora, e a nossa vida externa parece que vai para o caos. E há momentos em que parece que nada está se mexendo, absolutamente.
E, para os que estão passando por algumas questões físicas difíceis, pode parecer uma eternidade.
Mas, apesar das dificuldades deste processo por que estamos passando, em algum lugar dentro de cada um de nós está a consciência de que não somos esses corpos, não somos essas personalidades, e não somos nossa história. Para aqueles dentre nós, na vanguarda da mudança da consciência, viajamos muito. Somos almas avançadas e não estamos aqui para mais lições.
POR QUE ESTAMOS AQUI?
Estamos aqui voluntariamente para inaugurar a mudança do humano para o Humano Divino. Até onde chegamos neste processo, é extremamente individual. Existem muitos fatores. Mas em última análise, realmente não importa. Como almas, não estamos realmente interessados em sermos os primeiros, embora com frequência somos os primeiros a passar pelas mudanças.
Na verdade, como almas, não estamos sequer interessados em ser apreciados por aquilo que estamos fazendo aqui. Apenas queremos experimentar. E outros humanos vão experimentar isso após termos pavimentado o caminho.
E o que vimos fazer é pavimentar o caminho.
Como humanos, tendemos a ser severos com nós mesmos. Fomos preparados para acreditar que somos fracassados, se não formos até o fim, seja lá o que isso signifique mesmo. (Basta olhar os esportes, o mundo empresarial ou como os líderes políticos se concentram na ‘vitória’ a qualquer custo).
Nós nos julgamos severamente se acreditamos que falhamos em algo. Ou se nossa perspectiva não é acolhida pelas massas.
Mas, como almas, valorizamos a experiência, onde quer que ela nos leve. E o que estamos fazendo nesta única existência nunca foi feito antes. Nem desta maneira. Morrer e ser renascidos na mesma vida. Uau! Integrar nosso eu humano e nosso eu eterno. Empalidece em comparação a escalar o Monte Everest, não é?
E até que ponto somos capazes de levar isso, não deveria importar.
Conforme olhamos para os grandes líderes da consciência na história, para outros inovadores das mudanças, muitos deles vão somente até certo ponto. Eles estavam também limitados pela consciência em que nasceram e em que tinham que viver. Eles estavam muitas vezes agindo sozinhos, em obscuridade virtual, sem o benefício do apoio de outras pessoas em sua vida, e mais definitivamente, não havia o apoio do restante da humanidade. Eles eram invisíveis às massas, ou eram vistos como um tanto loucos.
É um pouco diferente para nós, porque temos o apoio das almas de corações semelhantes, ao redor do globo, mesmo que esse grupo seja pequeno em número e seja na maior parte online. No entanto, ainda estamos sujeitos às leis deste mundo tridimensional, às vezes, o que tende a nos puxar para trás e nos desacelerar emocional e fisicamente.
GRANDES EXPECTATIVAS
Como almas, vimos nesta existência com entusiasmo e com fogo. Estávamos animados por estar aqui neste tempo importante na história da humanidade. Este famoso ditado: “É o melhor dos tempos e é o pior dos tempos”, não poderia ser mais adequado.
Mas, agora que estamos aqui, estamos nos sentindo, às vezes, como em uma sopa de ervilhas. E porque essa sopa de ervilha é espessa e lenta para se mexer, duvidamos de nós mesmos. Queremos saber por que não está indo tão suave ou rapidamente conforme esperávamos. Deixamos de sentir a sensualidade da vida com a nossa alma, para nos sentir completamente entediados. Mas isso não é incomum para um pioneiro da mudança. Eles muitas vezes duvidam de si mesmos ao longo do caminho. Eles normalmente subvalorizam o seu trabalho. E isso é porque, entre outras coisas, eles não estão recebendo um milhão de visualizações por semana em seu canal do YouTube. Seus livros não estão voando das prateleiras. Oprah ainda não os contatou. Em outras palavras, eles não são atraentes para as massas.
O trabalho que estamos fazendo é profundo. É revolucionário. E por esse motivo, as massas não estão prontas o suficiente para o que estamos oferecendo. Se estivessem, não seríamos os pioneiros.
E quando vocês olham para o estado do mundo, podem ver claramente que eles terão que fazer o que estamos fazendo, finalmente, ou eles não terão um futuro para aguardar com prazer.
E embora sejamos almas magníficas e capazes, é sempre mais difícil e desafiador com os que passam primeiro. Mas, é também o mais emocionante e o mais recompensador, tédio à parte.