Crie uma mente mais flexível - Leo Babauta

Leo Babauta – “A maneira como falamos com nós mesmos realmente importa”

Compartilhe esse artigo

Crie uma mente mais flexível

A MANEIRA COMO FALAMOS COM NÓS MESMOS REALMENTE IMPORTA

Uma das coisas que mais influenciam nossas vidas é algo que a maioria das pessoas desconhece — a maneira como falamos conosco mesmos. É algo invisível e, portanto, somos impotentes diante dele, e nem percebemos o quanto ele tem poder sobre nós.

Falamos conosco mesmos de maneiras muito negativas, e isso faz uma diferença enorme:

Estressando-nos: Olhamos para uma situação e dizemos a nós mesmos que ela é terrível, assustadora, difícil! Basicamente, nosso diálogo interno aumenta o estresse da situação. Em vez de nos tranquilizarmos de que conseguimos, apertamos um pouco o

botão do pânico.

Desanimando-nos: As coisas não estão indo como queremos… e então nosso diálogo interno diz coisas como: “Isso é muito difícil. Você não consegue fazer isso. Isso não está funcionando. Você é péssimo nisso.” Tão desanimador! E então tendemos a desistir.

Criticar a nós mesmos: Quando não nos saímos tão bem quanto gostaríamos, muitas vezes temos uma voz interior crítica, que é estressante, frustrante e desanimadora. A esperança é que essa crítica interna nos incentive a fazer melhor, mas geralmente tem um efeito negativo.

Nos frustrar: Quando achamos que as coisas deveriam estar indo melhor, podemos ter uma voz interior que diz coisas como: “Por que tem que ser assim? Por que eu sempre luto com isso? Por que eles têm que agir dessa maneira?” E, embora isso seja compreensível, geralmente leva à frustração.

Nos obrigar a evitar coisas difíceis: Quando algo é assustador ou difícil, nossa voz interior pode encontrar justificativas: “Você pode fazer isso depois. Dê um tempo para si mesmo.” E assim, evitamos.

Como você pode ver, essa voz interior está falando o tempo todo e geralmente tem efeitos muito negativos sobre nós. Ela nos faz querer evitar ou desistir do que realmente queremos fazer. Ela sabota projetos e hábitos. Nos deixa estressados, frustrados, desanimados e deprimidos.

Então, como superamos isso? Por meio de dois passos importantes:

  1. Tornando-se consciente da voz interior
  2. Usando essa voz como uma aliada para o bem

Vamos dar uma olhada!

TRAZENDO CONSCIÊNCIA PARA A VOZ INTERIOR

Se não estivermos cientes de que a voz está lá, não podemos fazer nada a respeito. Mas ela está lá há tanto tempo que, neste momento, é apenas um ruído de fundo.

Vamos fazer um experimento:

Por apenas 10 minutos, tente prestar atenção a quaisquer pensamentos que surjam em sua cabeça.

Escolha uma tarefa difícil que você vem evitando.

Comprometa-se a realizar essa tarefa difícil por apenas 10 minutos. Defina um cronômetro e vá em frente.

Observe quais pensamentos surgem antes, durante e depois.

Para algumas pessoas, haverá uma evitação total do experimento. Se for o seu caso, o que você diz a si mesmo para evitar o experimento?

Para outros, eles podem ficar presos na etapa “escolha uma tarefa difícil” — quais dúvidas surgem e o impedem de escolher?

Para outros, haverá uma série de pensamentos que surgirão enquanto tentam começar ou enquanto realizam a tarefa. Que racionalizações, dúvidas ou outros pensamentos você consegue perceber?

Anote-os. É assim que você aprende a estar ciente dessa voz interior.

Agora faça este experimento todos os dias durante duas semanas. Você verá sua voz interior muito mais do que nunca. E você se tornará ciente dela também fora desses 10 minutos por dia. (Observe também o que você diz a si mesmo para evitar fazer o experimento por duas semanas!)

Bônus: observe também seus pensamentos quando estiver evitando algo. Ou se sentindo desanimado ou frustrado.

APRENDENDO A USAR A VOZ INTERIOR PARA O BEM

OK, então digamos que você esteja fazendo o experimento há duas semanas. Você está mais ciente da voz interior. Isso é muito importante.

Agora podemos começar a criar um aliado nessa voz interior. Ela pode fazer muito bem, mas precisamos praticar.

Perceba quando sua voz interior está sendo crítica ou desencorajadora, ou fazendo com que você evite ou fique estressado. Perceba o que ela está dizendo.

Agora comece a mudar o diálogo interno com uma atitude gentil e amigável:

Seja compreensivo: Quando a voz for áspera, diga a ela que você entende que ela está com medo. Medo de não ser bom o suficiente. Diga a ela que você entende que ela está tentando te ajudar, te proteger. Então, tranquilize-a: você consegue. Peça a ela que confie em você.

Seja encorajador: Em vez de dizer coisas desencorajadoras, peça à voz para te encorajar. “Você consegue! Você consegue!” Coisas assim. Peça à voz para ser sua melhor incentivadora.

Seja amigável: Peça à voz para ser gentil e amigável também — quando nos sentimos desanimados e desanimados só queremos um amigo gentil conosco. A voz pode ser assim: “Tudo bem, amigo, você deu o seu melhor. Você pode aprender com isso. Você pode se recompor e tentar de novo.”

Seja inspirado: Muitas vezes nos forçamos a fazer as coisas. Mas e se pudéssemos falar conosco mesmos de uma forma que não fosse a de um mestre de tarefas, mas a de um palestrante inspirador? A voz poderia lembrá-lo da importância disso e falar sobre a bela possibilidade que essa tarefa representa para você.

Estas são apenas algumas coisas que você pode tentar. Você também pode tentar outras abordagens: ser curioso, aventureiro, bem-humorado, brincalhão, grato, amoroso.

No fim das contas, trata-se de resgatar o poder da nossa voz interior. E, ao fazermos isso, estaremos mudando o curso das nossas vidas.

Com amor,

Leo Babauta

Zen Habits

Canal: Leo Babauta
Fonte primária: https://zenhabits.net/
Fonte Secundária: https://eraoflight.com
Tradução: Sementes das Estrelas/ Iara L. Ferraz

Compartilhe esse artigo

About Author

Deixe seu comentário